“As invasões normandas, húngaras ou sarracenas precipitaram também, gravemente, a evolução das estruturas sociais e das formas de governo. [...] A rede de fortalezas privadas prova o fracasso freqüente do rei [...] Instala-se assim uma nova ordem política que acentua a exasperação dos particularismos regionais e a multiplicação dos laços de dependência e dos juramentos de homem a homem, obstáculos ao exercício da autoridade real. [...] A partir de então esfacelam-se os quadros territoriais dos tempos carolíngios. Evolução lenta, sem dúvida, já iniciada antes das incursões de saqueadores, mas agravada então. Nesse sentido as ‘invasões’ assinalam uma data essencial da formação das sociedades feudais do Ocidente.”
HEERS, Jacques. História Medieval. 3ª Ed. São Paulo: Difel, 1981. P. 62
A palavra “feudais”, na última frase do texto, refere-se ao novo sistema que passou a caracterizar a Europa Ocidental a partir de então. Ou, empregando o conceito usado pelos autores ligados ao materialismo histórico o “modo de produção feudal”. (É importante observar que o termo feudalismo só surge no século XIX).
Fonte deste texto: Faria, Ricardo Estudos de História /Ricardo Faria, Mônica Miranda, Helena Campos, 1ª Ed., São Paulo, FTD, 2010 (Coleção estudos de história, v. 1), p.105-6
Página para consulta e interação com os alunos das seguintes séries da E.E. Prof. Alberto Conte em 2011: Primeiros anos A, B,C, D, E, F e G
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Para entender melhor como foi a passagem da AIM para a BIM na Europa Ocidental
A Europa Ocidental vivenciou, dos séculos V ao VIII, transformações que, resumidamente, foram: o surgimento dos reinos bárbaros, o desaparecimento do Império Romano Ocidental, a fusão de elementos da cultural romana com a germânica, a ruralização da vida e o decréscimo da atividade comercial (em parte por causa da insegurança provocada pelas invasões germânicas e, posteriormente, a dos sarracenos ou árabes).
O século IX apresentou outras modificações importantes. Se, de um lado, o reino franco desaparecia por causa da divisão feita em Verdun, o poder dos reis declinava constantemente, em virtude de os nobres passarem a assumir funções que, tradicionalmente, seriam do monarca. Essa mudança estava diretamente relacionada à emergência de novas invasões, sobretudo a dos Vikings (normandos) e dos Magiares (húngaros).
Na realidade, essas novas invasões, somadas às dos árabes, no século anterior, produziram o terror e o pânico entre as populações, as quais buscavam um Estado forte que pudesse defendê-las dos novos perigos. Como esse Estado se encontrava enfraquecido, a solução foi o que poderíamos denominar “privatização da defesa”: os nobres reforçaram seus castelos ou construíram novos, procurando torná-los inexpugnáveis – locais para onde os habitantes da região poderiam se dirigir quando houvesse invasões.
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